Telejornalismo: Rotina exigente, de rapidez e muita informação
Telejornalismo
Por Magno Oliver
Luz, câmera, informação! Essa é a vida do profissional telejornalista. Para falar sobre a carreira e os desafios da profissão, a professora e mestre da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da UFG, Solange Maria Franco que ministra a matéria de produção audiovisual e telejornalismo concedeu a seguinte entrevista:
Qual é o perfil do profissional da área ?
Solange - Não há um perfil definido, na verdade, o que existe é uma predileção, talento (que se não for nato, pode ser trabalhado e adquirido) e empatia, no caso de se trabalhar na frente das câmeras. Um gosto especial pela imagem, pelo movimento, agilidade e dinamismo do telejornal, preparando notícias ou com rapidez e urgência ou até mesmo em tempo real.
Como é a rotina de trabalho ?
Solange - Por turno, um repórter chega a fazer três, quatro reportagens. Também enfrentamos o problema de cobertura diversificada, ao contrário do impresso. Na tevê, as pautas não são divididas por editorias e o mesmo repórter, em um mesmo período de trabalho, pode "cobrir" assuntos que vão de economia, política até a cidades. Tem o peso enorme da pressão, da cobrança, da pressa em retornar e trazer o material, a agonia de "dar tempo" de ir para o ar aliada a uma escala rigorosa. Não há feriado, fim de semana, natal, apenas revezamento.
O que você considera como bom ou ruim no exercício desta profissão ?
Solange - Lado bom: a possibilidade de conseguir atingir um público maior e heterogêneo, de todas as classes sociais e nível de escolaridade. Lado ruim: a superificialidade. Em tevê, o espaço para a notícia é medido em minutos, segundos e até framers (fração) de segundos, portanto, não dá para aprofundar, a não ser em algumas matérias especiais e mesmo assim, sem o nível de discussão de um jornal ou revista.
Quais são os desafios que este profissional encontra na área ?
Solange - Vencer o desafio do texto fácil e da visibilidade rápida. Texto fácil porque a tendência de muitos profissionais é achar que se a tevê é superficial, se a matéria deve ser curta, então não há necessidade de maiores cuidados. O profissional também precisa alcançar uma maturidade e nem sempre consegue. Muitas vezes, pela própria pouca idade para encarar o reconhecimento público. Reconhecimento não de mérito, mas de se tornar conhecido de um dia para a noite.
Solange - Segue o mesmo padrão de jornal impresso. Em emissoras maiores, e dependendo de competência - leia-se grau de credibilidade, empatia e profissionalismo na reportagem e em outras áreas como editores, produtores, chefes de reportagem, o salário pode ser diferenciado. Mas, com exceções em dimensões regionais e dos profissionais consagrados nacionalmente, o salário chega apenas na posição de razoável, aquém do esforço e desempenho destas atividades. Isso em qualquer das áreas de atuação em televisão.
Source: Facomb