Arbitragem goiana em caos?

Depois de tantas polêmicas e dúvidas, chegou a hora do nível de profissionalismo dos juízes subir

Sara Luiza

 

O Campeonato Goiano começou em janeiro, mas em dois meses já teve o número de polêmicas suficiente para o ano todo. Os protagonistas que geram as maiores reclamações? Os árbitros, que continuam errando, e muito, durante as partidas. Em jogos decisivos foram os juízes que roubaram a atenção, cometendo erros grosseiros e trazendo a revolta para jogadores, técnicos e torcedores.

A julgar pela qualidade das equipes, o Goianão não está em sua melhor fase. Acontecem jogos ruins, com baixa média de público e um troca-troca de técnicos que desanima qualquer apreciador do bom futebol. Mas se julgarmos tecnicamente, o nosso campeonato nunca foi um exemplo de bons jogos. O problema desse ano é que o “espetáculo”, seja ele bom ou ruim, está tendo como atores principais aqueles que deveriam apenas manter a ordem.

E o problema não é de hoje, há muito tempo existe a reclamação com a arbitragem goiana. E se a situação não mudou é porque o problema está na formação desses profissionais e como são conduzidas as seleções para os jogos. Muitos juízes exercem outras profissões quando estão longe do campo, e apitam por hobby ou por necessidade de um dinheiro extra. E essa é a maior prova de que deve haver uma reforma completa no “sistema” de produção de árbitros.


Decisivos

Muitos erros tiveram grande influência nos resultados dos jogos. Como por exemplo, o jogo entre Aparecidense e Goiás no dia 5 de fevereiro: o zagueiro Rafael Tolói, do time esmeraldino, fez uma falta muito grave sobre um jogador adversário e o juiz da partida Roberto Giovani não o expulsou como a regra determina. O resultado foram os dois gols do próprio Tolói, que deu a vitória de virada para o Goiás.

E no mesmo jogo mais um erro: um pênalti não marcado a favor do time esmeraldino. Ou seja, o árbitro errou com os dois times e acabou prejudicando ambos. Para o torcedor ficou a pergunta: O que teria acontecido se ele tivesse marcado o pênalti ou será que o resultado seria outro se o jogador tivesse sido expulso? Mas só para eles só restou lamentar.

E esse exemplo não é o único, já ocorreram muitos casos nesse campeonato, e a maioria dos times participantes já foram prejudicados. Mas citar todos os casos tomaria tempo demais do leitor. E com o exemplo já citado entre Goiás e Aparecidense pode-se ter uma noção de como a situação está.


 

 

Profissionalização

 

Para que a qualidade da arbitragem melhore é preciso que os profissionais da área façam o mesmo. É quase inacreditável pensar que um juiz do fim de semana é o dentista até sexta. A Federação Goiana de Futebol precisa pensar em uma maneira melhor de selecionar e treinar aqueles que querem seguir a carreira.

O técnico Júnior Pezão, que já foi técnico do Aparecidense e hoje está na Santa Helena, acredita que o problema não é somente da instituição e não acontece com um time só. Segundo ele: “A Federação é séria, eu tenho certeza que eles não querem isso, mas esse ano tá difícil e eu não sou o único técnico a reclamar, portanto alguma coisa deve ser feita.”

Para o clássico entre Goiás e Vila foi concretizada a falta de confiança nos juízes goianos: foi chamado um trio de arbitragem de fora do estado. Se para mostrar para os torcedores e jogadores que o jogo não vai ter polêmicas é preciso contratar alguém que não pertence à instituição, quer dizer que a situação beira o caos. “Mostra a falta de confiança naqueles que eles próprios formam”, disse o torcedor atleticano Pedro Augusto.


Problema geral

Se nos serve de consolo, podemos analisar em jogos de outros campeonatos que não é só Goiás que sofre desse “mal” da arbitragem. O maior exemplo foi a Copa do Mundo de 2010 que contou com erros grosseiros e decisivos em partidas do maior campeonato de futebol do mundo. Se até mesmo os que recebem o selo Fifa de qualidade erram desse tanto já podemos perder a esperança?

Eu acredito que não, o que sempre faltou foi uma melhor formação para os juízes e principalmente punições mais severas com quem comete erros frequentes. Para Pezão: “Eles (os árbitros) têm que ter uma formação, um treinamento melhor para que erros tão grossos assim não se repitam”.

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Facomb