A rotina do busão

Por Hygor Ferreira

E começa mais um dia. Acordar cedo e fazer aquela viajem até a faculdade. Mas tem que pegar ônibus! Esse é o grande sofrimento do dia a dia. Encarar a longa viagem em um busão lotado e, muitas vezes, em pé. Que sofrimento!

A saga é árdua. Primeiro vem aquela dificuldade para entrar, porque as pessoas esquecem de comprar o sitpass. “Poxa”, elas se esquecem todos os dias. Mais calma! O sofrimento ainda nem começou. As dificuldades começam a surgir no caminho.

Primeiro vem aquela freada brusca do motorista, que parece que estar carregando qualquer coisa, menos pessoas. Depois são aquelas pessoas que não sabem que existe fone de ouvido. Isso incomoda muito, pois você já está estressado de ter que acordar cedo, estar de pé, e ainda ter que ficar ouvindo uma coisa que você não gosta. É complicado.

Também, durante a viagem, tem aquelas pessoas que não sabem falar baixo. E essas parecem que são as que mais falam, porque começam a contar histórias e não calam mais, como que se todos ali dentro quisessem escutar as suas ladainhas.

No ônibus também tem aprendizado. Lá se percebe que quando Newton elaborou a teoria de que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, era por que ele nunca tinha andado de ônibus. Há momentos que parece que tem umas cinco pessoas no mesmo lugar, de tão cheio que o ônibus está.

Para piorar o trajeto é longo, e um só ônibus não é o suficiente. Nos terminais é outra batalha. Para conseguir pegar outro busão, normalmente tem que enfrentar aquela manada de pessoas. Elas entram à procura de um banco como um leão vai a procura da caça.

Depois de conseguirem se sentar, é hora de conferir o estrago, o que quebrou, a chinela que rebentou, os pontapés levados, além de outras coisas. Contudo, o que é mais engraçado são essas pessoas falarem que os outros não têm educação, porque entraram que nem animais. Mas elas se esquecem que eram um deles que entrou empurrando também.

E depois de longas horas dentro do coletivo, enfim eu consigo chegar ao destino. Ops, espera! Essa foi só uma parte do trajeto. Depois da aula, tem o segundo tempo, que é a volta pra casa.