O erro da provável onda de protestos durante a Copa

Aos 45 de segundo tempo, não é hora para protestos

Por Álvaro de Castro

O Brasil está há 1 mês de receber o maior evento do mundo do futebol. A Copa do Mundo de 2014 está chegando, e o cenário político e social do país não é dos melhores. Conforme o grande evento se aproxima, a população tem se dividido em duas opiniões. Os que apoiam e aguardam ansiosamente a festa do futebol mundial, e do outro lado os céticos e contra a Copa. Mas afinal, há apenas um mês do Mundial de Futebol, é mesmo a hora de protestar por algo que já está consolidado, e todos os mandos e desmandos da FIFA já foram atendidos pelo governo brasileiro?


As promessas de estádios e infraestrutura bancadas pela iniciativa privada soavam de forma estranha desde o ano de 2007, quando o Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo de 2014. O exagero nos preços das arenas, os erros nas construções de obras de mobilidade urbana e aeroportos também. Contudo, isso há mais de seis anos todos têm visto isso. A efervescência dos protestos de 2013 podem, infelizmente, atingir o esporte que o povo brasileiro mais ama, o futebol.


A culpa é compartilhada, os gestores do futebol nacional tratam o esporte com incompetência. Todavia, será que nesse momento, aos 45 do segundo tempo, não era a hora do povo brasileiro abraçar a causa, e apoiar o futebol até o mês de julho. O leitor pode estranhar esse comentário, Pelé o fez de forma errada durante a Copa das Confederações de 2013. O posicionamento, desta vez, é antes da suposta onda de protestos contra o mundial.


As eleições estão chegando, a partir de agosto as promessas sem fundamentos estarão renovadas. Esta não seria a melhor hora para o estopim de uma mudança concreta para o Brasil, seja nas urnas, ou em protestos históricos, como os de 2013. Protestar contra um evento já consolidado, montado e estruturado não parece ser a melhor forma de começar uma onda de mudanças no país. É por isso que os protestos durante a Copa do Mundo se fazem desnecessários.

Fonte: FIC