O torcedor é quem faz a diferença
Atlético adota medida de aproximação com a torcida
Por Álvaro de Castro
Na última semana, a diretoria do Atlético Goianiense anunciou algumas medidas visando atrair mais público para seus jogos na Série B do Brasileiro de 2014. A principal delas é o carnê válido para todas as partidas do dragão campineiro como mandante. Por 250 reais o torcedor atleticano adquiri as entradas dos 18 jogos da equipe sob seus domínios. Em média o bilhete para cada partida sairá por 13 reais. Tal atitude dos representantes administrativos do clube ocorre após um Campeonato Goiano pouco atrativo e com ingressos a preços caríssimos, tanto para os padrões de qualidade do torneio, quanto do poder aquisitivo da população brasileira.
Os clubes nacionais, de modo geral, vivem um período de distanciamento do seu torcedor. Com a ascensão das arenas para copa do mundo, está cada vez mais caro acompanhar seu time do coração. Outros fatores, como a violência e o baixo nível técnico dos campeonatos podem servir de justificativa. Mas caso fossem bem trabalhado pelas autoridades e administração dos clubes, não serviriam de desculpa para os adeptos do esporte no país.
A elitização do futebol brasileiro é feita de modo desordenado e sem responsabilidade, pois não acompanha o real poder de consumo da população, muito menos dos verdadeiros torcedores de futebol. Com preços médios a mais de 20 reais, que pai pode levar seus filhos para o estádio? Com custos adicionais como transporte, estacionamento e alimentação, uma simples ida ao estádio na primeira rodada do Campeonato Brasileiro, não sai por menos de 100 reais.
A maioria dos dirigentes anunciam que a alta nos preços do ingresso, visam a uma maior renda, o que, teoricamente, aumentaria o ganho financeiro do clube. Porém, no dito período do profissionalismo, da era do marketing esportivo, adotar a prática da alta dos ingressos, para conseguir maior poder de compra no mercado, soa bastante amador. As agremiações não devem tratar seus torcedores como mercadoria. A força de uma torcida que acompanha o time no estádio vale muitas vezes mais do que a renda teoricamente maior que o clube pode ganhar com preços “acima da média”.
Diante disso, a atitude da diretoria rubro negra é louvável, e deve servir de modelo para as outras equipes goianas que participam dos brasileiros séries A e B. Vila Nova e Goiás têm torcidas numerosas e apaixonadas, porém maltratadas por seus representantes. No âmbito regional e nacional, o futebol brasileiro passa por uma crise técnica e financeira, distanciar o público com ingressos há preços abusivos só contribui para o afastamento do torcedor, o que pouco a pouco, pode culminar na falência do futebol praticado no país.
Fonte: FIC