Brasil no caminho do ouro
A melhora na economia atrai a atenção do capital estrangeiro
Por Anamaria Rodrigues e Luciano Castro
O Brasil tem potencial para ser uma das grandes economias do mundo, mas enfrenta agora o desafio de impor sua presença perante às grandes potências. Mesmo com graves problemas sociais, nos últimos 10 anos o Brasil deu um grande salto, tendo um grande crescimento econômico nos últimos anos, nível que ficou atrás apenas da China e da Índia. Essa ascensão econômica não deixou de ser notada pelas grandes potências, principalmente depois de sua passagem bem estruturada pela crise econômica de 2008.
O coordenador do curso de graduação em Relações Internacionais da PUC Goiás, Diego Trindade d’Ávila Magalhães, explicou: “No século XXI, o crescimento da economia brasileira resultou, em parte, do forte crescimento de suas exportações.” Segundo ele, o comércio do Brasil com seus parceiros tradicionais – Europa e Estados Unidos – continua significativo e crescente. A novidade nesse século é a multiplicação do valor do comércio com parceiros não-tradicionais: sul-americanos, africanos, árabes, indianos e chineses.
Dentro da América do Sul, o Brasil mantém o seu papel de “construtor de consensos”, como esclarece o professor Magalhães. “ O Brasil tem fortalecido a integração regional. Desde 1998, data de um acordo de livre comércio entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a Comunidade Andina de Nações (CAN), fizeram-se acordos de livre comércio que constituíram uma zona de livre comércio na América do Sul em 2005”.
Neste cenário, o Brasil vem construindo uma imagem positiva perante seus vizinhos, segundo o professor: “ Os países da América do Sul concordam com a abordagem brasileira para a integração regional, que não inclui apenas comércio, mas também infraestrutura e cooperação em programas sociais. Admiram a pró-atividade da política externa brasileira e muitas vezes seguem o posicionamento brasileiro em temas importantes das relações internacionais”.
As relações entre Brasil e Estados Unidos continuam estreitas, ao contrário da ideia que ronda o imaginário popular, é o que explica a professora de economia internacional da UFG, Andrea Freire de Lucena, “ Apesar de Brasil e Estados Unidos não avançarem muito em algumas negociações comerciais, não houve um afastamento entre eles, apenas divergência de opiniões em algumas áreas”. Ela ainda acrescenta que a relação dos dois países era bem intensa no final do governo Bush.
Segundo ela, o grande crescimento dos últimos anos colocou o país em posição favorável para receber investimentos internacionais. “ O grande fluxo de investimentos estrangeiros demonstra que o investidor internacional tem confiança nas estabilidades política e econômica do Brasil” afirmou a professora. Em 2010, o Brasil foi um dos três países da América Latina que recebeu mais capital, num montante de US$ 48,5 bilhões de investimento estrangeiro direto.
Fonte: Facomb