Programa de Coleta Seletiva de Goiânia ainda precisa melhorar

Em vigor há três anos na capital, Comuug afirma que a população ainda precisa colaborar mais com o serviço

Por Wynne Carneiro

 

 

 

 

A Prefeitura de Goiânia assinou, em abril de 2008, o decreto que estabelecia o início imediato da Coleta Seletiva de lixo na cidade. O trabalho, antes realizado de maneira informal por catadores de papel, passou a ser efetuado por funcionários da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). O objetivo da criação do serviço era promover a inclusão social dos trabalhadores das cooperativas, além de reduzir os custos com a limpeza urbana da cidade.

 

 

Cerca de 1200 toneladas de lixo são recolhidas, diariamente, em Goiânia. Desse total, apenas 60 toneladas são de material reciclável. De acordo com o diretor de Coleta Seletiva da Comurg, Ozéias Porto, esse número precisaria ser dez vezes maior. “A meta da Companhia é recolher 600 toneladas de material reciclável por dia, mas, para isso, a população ainda precisa colaborar fazendo a separação do lixo seco e da matéria orgânica em casa”, diz.

 

 

 

 

Para conscientizar a sociedade da importância do serviço, o diretor de Coleta declarou que a Companhia está estabelecendo parcerias com empresas, indústrias, bancos e órgãos da própria Prefeitura, além de estar planejando uma educação ambiental. A Comurg também vai divulgar esse trabalho através de outdoors e folhetos. Segundo Ozéias, uma mídia social, de interação com o público, também está nos planos de divulgação para alcançar cada vez mais cidadãos. “A população tem uma aceitabilidade excelente por esse tipo de trabalho, ela está reconhecendo a importância desse trabalho de reciclagem. O que falta é uma maior divulgação para que a sociedade entenda a colaboração que está dando para o restabelecimento de um ambiente saudável e para uma melhor qualidade de vida.”, ressaltou.

 

 

 

 

 

Processo da coleta

 

A Companhia possui 15 caminhões que atendem toda a cidade de manhã e à noite. Até o fim de abril, nove veículos vão ser entregues pela Prefeitura e outros três vão ser doados pelo Banco do Brasil. Todos os bairros de Goiânia recebem o serviço de coleta seletiva. No entanto, dados da Comurg apontam que os setores Jaó, Jardim América, Guanabara e Santa Genoveva são os que separam maior quantidade de material.

Todo esse material recolhido pelo Poder Público é doado para as 12 cooperativas e associações cadastradas, que recebem cotas iguais de produtos. Depois esse lixo é vendido para as empresas responsáveis pela reciclagem.

 

Maria do Socorro Silva faz parte da cooperativa A Cop. Segundo ela, a parceria entre Comurg e catadores de papel melhorou bastante as condições de trabalho e os rendimentos da categoria. Antes, eles trabalhavam debaixo de sol, caminhando grandes distâncias. Hoje, a Comurg realiza o transporte do material.

 

 

 

 

Segundo a professora de Geografia do Instituto de Estudos Sócio Ambientais da Universidade Federal de Goiás, Sandra Oliveira, a coleta seletiva é muito importante porque é possível reaproveitar alguns materiais e não retirar recursos direto da terra, já que eles podem ser reaproveitados. No entanto, a professora afirma que o grande problema do lixo em geral não é a falta de reciclagem e sim o consumo desenfreado e inconsciente das pessoas.

 

 

 

 

Sandra ressaltou ainda que, para o sucesso do projeto, todas as etapas devem ser concluídas. “Não adianta só a população separar o lixo e ele ser coletado pela Prefeitura. É preciso que as cooperativas encaminhem os materiais para as indústrias recicladoras. Algumas associações estão virando grandes lixões. Se o serviço não for finalizado de forma satisfatória, é impossível obter sucesso, a população vai acabar se desinteressando pela separação.”

 

 

 

 

A professora orienta que é fundamental separar o lixo seco do material orgânico. O descarte incorreto de lixo molhado é o mais prejudicial ao meio ambiente, já que o chorume, líquido produzido por sua decomposição, contamina o solo, os mananciais e os lençóis subterrâneos.

 

 

 


Fonte: Facomb