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Interior e assessorias oferecem mais oportunidades

Redações de grandes jornais estão saturadas segundo sindicato dos jornalistas

 Por Cibele Portela

O que fazer quando me formar? É essa a dúvida que persegue o universitário durante sua caminhada acadêmica. Ao sair da faculdade, o jornalista deve ter ciência de que o mercado é competitivo e sairá na frente quem melhor se qualificar.

 

Ao escolher que carreira seguir, o jovem deve ter em mente os desafios que cada profissão impõe. Para o jornalismo isso não é diferente, encontramos um mercado abrangente, mas escasso em certas áreas, quando não, os profissionais estão desqualificados e não atendem a demanda de trabalho oferecida.

Para o presidente do Sindicato, “se você trabalhar com a hipótese de que mercado de trabalho são as grandes redações, ai estaria saturado”. Por outro lado, um mercado praticamente inexplorado são as redações de jornais no interior. O grande problema é que as pessoas não querem se deslocar para essas cidades, disse. A assessoria de imprensa também apresenta oportunidades notáveis, e tem sido uma área em grande expansão nos últimos anos.   

Desafios

Os grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, são considerados os lugares com melhores oportunidades de emprego, porém é um mercado muito competitivo, e, para tanto, o jornalista deve estar bem preparado. “No mercado de Jornalismo você têm muitos que ganham bem, poucos que ganham muito bem e o resto que ganham um piso salarial ou um pouco mais que isso.”

Muito se discutiu como ficaria a condição do jornalista após a desvalorização do diploma. Cláudio acreditou que seria o fim da profissão, “pensei que seria o apocalipse”. Entretanto, ao contrário do que se imagina, o mercado de trabalho passou a valorizar ainda mais o profissional graduado. “O profissional formado vai ser reconhecido pela sua qualidade.”

Com o crescimento de novas mídias, o cidadão se tornou parte atuante na produção de informação. Cláudio defende esse novo mercado, e vê, que com a criação da tecnologia 4G, grandes oportunidades de trabalho para os próximos anos podem surgir. “É um mercado que a gente não tem nem como mensurar.” O leigo continuará tendo sua oportunidade de trabalho, mas o mercado sempre necessitará de um profissional técnico que passou pela Universidade.

Cidadania

Para compor uma melhor formação acadêmica, Cláudio aposta na atuação do estudante como cidadão, que exige qualidade de ensino e assiduidade do professor dentro de sala de aula. “O fundamental não é você exercer o direito de consumidor e sim de cidadão.” O reflexo dessa má formação de jornalistas é o mercado de trabalho.

Grande parte dos jornalistas recém-formandos não está preparado para atuar. “Há uma deficiência na formação que vem do ensino fundamental e médio. Quando entram na Universidade, muitos parecem fazer o curso por fazer”, comenta. Estando dentro da Academia, o aluno deve exigir mais de sua formação teórica e tentar se qualificar também como cidadão. Para Cláudio, o jornalista tem que ler muito, escrever muito, então se exija mais dentro da Universidade.”

Redes sociais

Cláudio acredita no potencial que as redes sociais têm demonstrado e ainda poderão demonstrar, mas defende a importância do exercício da leitura e da escrita.  “Abandona o Facebook um dia e vai ler um livro. Deixa de escrever no Twitter e vai redigir uma matéria. Tenta fazer uma matéria de vinte linhas ao invés de ficar no Twitter escrevendo cento e quarenta caracteres. Você vai ganhar mais e vai se colocar à frente no mercado de trabalho”, diz.

Hoje em dia, as exigências de mercado são grandes, mas, ao mesmo tempo, as tecnologias têm aberto um leque interessante de oportunidades. O mercado precisa de profissionais especializados nos formatos das redes sociais, mas ainda necessita do formato tradicional de jornalismo, como o jornal impresso e as assessorias de imprensa. “Espera-se que você saia da Universidade e dê conta do recado. O mercado não vai te pagar para você aprender.”

Cada vez mais se fala do jornalista multimídia, e Cláudio garante que essa não é mais uma opção e sim uma necessidade da própria formação. “No jornalismo, quem entender de tudo terá um leque maior de mercado para atuar.”

Fonte: Facomb