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Com todas as cores

Carnaval 2011 da Cidade de Goiás manteve as tradicionais marchinhas juntamente com desfiles de Escola de Samba

Marcela Haun

 

O ocaso chegava e, com ele, as luzes amarelas dos tradicionais lampiões acendiam. Mas as quatro noites que viriam não seriam noites quaisquer. Aquela cidade histórica já começava a ser colorida pelos moradores e turistas que dançavam sobre os paralelepípedos das ruas. Nas mãos, confetes e serpentinas prontas para serem lançadas ao céu. No corpo, fantasias brilhantes. E, no rosto, um sorriso escancarado. Foi assim que começou o Carnaval 2011 da Cidade de Goiás: com todas as cores.

Desde 2004, o Carnaval do Largo do Rosário tem sido uma das causas para que a comemoração da cidade adquirisse esse traço. Na época, a festa carnavalesca só acontecia na Praça do Coreto e durava até às 10 horas da noite. Para que cada grupo pudesse terminar de “pular carnaval” na hora que quisesse, foram criados os vários bloquinhos e, junto, o Concurso dos Desfiles das Escolas de Samba e das marchinhas.

Um dos blocos formados foi o Bloco do Rosário, por Rossanna Jardim, Nádia Vellasco e Suely Caetano. Em todos esses 7 anos, é chamada uma pessoa para realizar a arte da camiseta, que serve como um “abada” do grupo. Neste ano, com a cor verde, a camiseta recebeu o desenho do cartunista Jorge Braga. A imagem do “bobo da corte”, segurando um cartaz escrito “Carnaval do Largo do Rosário”, foi alvo de venda para muitos dos turistas que animavam em participar da farra. “Eu acho que esses encontros saudáveis, como as marchinhas e o Carnaval na Cidade de Goiás, são as verdadeiras riquezas da vida. Por isso é que resolvemos iniciar esse bloco gostoso que é o do Largo do Rosário”, disse Rossanna.


 

 

Programação

 

 

Em meio aos desfiles do Bloco Pirão de Prata na Rua do Fogo e do Carnaval do Largo do Rosário, a noite de sábado, dia 5 de março, sacudiu todo o público. Crianças, jovens, adultos e idosos saíram às ruas “pra ver a banda passar cantando coisas de amor”. O som das marchinhas, que fizeram recordar as antigas festas de Carnaval, fez-se encher os pulmões da cidade para cantar as clássicas: Cabeleira do Zezé, Aurora, Ó Abre Alas, Mamãe Eu Quero, Cachaça, Me Dá um Dinheiro Aí e Madalena do Jucu.

A abertura dos Desfiles das Escolas de Samba, no domingo de Carnaval, fez parar a Avenida Beira Rio da cidade, que se encantava cada vez mais. Naquela noite, todos aqueles que quiseram participar dos desfiles se fizeram presentes com toda a alegria que restava. A rua, que só serviu de passagem para os carros nos dias anteriores, estava repleta de brilho, harmonia e amor: tudo o que uma festa de Carnaval sempre almejou.

A organização dos blocos se deu da seguinte maneira: para a segurança, as crianças fantasiadas foram na frente da comitiva, depois seguiam todo o grupo com os “abadás” e, aí sim, os pequenos carros alegóricos. Estes, enfeitados com a ajuda da própria comunidade, passaram pela avenida ao som de aplausos e batuques da bateria que se mantinha no final da rua. A folia, que havia começado às 9 horas da noite, manteve sem qualquer desavença ou briga até o sol raiar.


 

Nostalgia


Além dos jovens e crianças que participaram da comemoração pelas primeiras vezes, também se teve a presença de pessoas que puderam reviver os Carnavais de suas épocas. Este foi o caso do turista Jorge Elias Haun, que desde pequeno ia para a Cidade de Goiás nas férias e no Carnaval com família e amigos. “Essas marchinhas antigas e os blocos que podemos fazer parte é o que sempre me atrai para vir nesse Carnaval”, disse Jorge. Também concluiu que é muito bom reencontrar os amigos de infância em um lugar que, para ele, está guardado no coração e nas lembranças.

A divulgação da festa carnavalesca da cidade histórica na televisão e nos jornais ajudou a encher as ruas. Assim como outros inúmeros turistas, Terezinha Bahia Leide resolveu que, neste ano, iria voltar à cidade que já tinha morado e ver a diferença do Carnaval que passava quando era mais jovem e do de hoje. “O que eu vivi nesses dias de festa me fez relembrar e reviver todos os meus Carnavais que eu pulava quando era moça”, contou Terezinha. Também afirmou que a beleza d a cidade e de todo o público a fez perceber que perdeu por não ir, em todos esses anos, nessas festas e garantiu a ida em todos os próximos Carnavais da Cidade de Goiás.

Source: FACOMB