Música independente

As mil faces de Tatá Aeroplano

Por Yasmim Cabedo

O paulista Tatá Aeroplano é uma das novas apostas da música independente brasileira. O compositor compulsivo e cinéfilo além de participar de várias bandas, arruma tempo pra postar relatos de sua rotina criativa num blog no site da MTV. Com seus vários projetos e muita criatividade, assunto é o que não falta pra conversar com o músico. 

Como você consegue conciliar várias bandas de agendas e estilos diferentes?
Tatá Aeroplano: Com o passar do tempo, vai ficando natural, mas no começo é bem difícil. São bandas com integrantes diferentes, com musicas de estilos diferentes, integrantes diferentes. Hoje já consigo administrar bem, além das bandas, consigo discotecar e compor, já faz parte do dia-a-dia.
 
Conta um pouco de cada banda que você faz parte
Tatá Aeroplano: Faço parte da Cérebro Eletrônico que vai lançar um disco novo agora. É a banda que eu estou mais empenhado no momento. A Jumbo Elektro, que tem os mesmo integrantes da Cérebro, mas é mais performática, as músicas não tem letras e é musica pra dançar. Faço parte também de uma banda que cria trilha sonoras pra filmes mudos e nos shows a gente faz uma seleção de curtas e toca ao vivo. Tem a Zero Um, que é som experimental, Os Novos Paulistas... São vários projetos e eu vou trabalhando neles conforme surge agenda de shows. Com certeza eu estou me esquecendo de alguma banda (risos).
 
Você tem preferência por alguma delas?
Tatá Aeroplano: Eu gosto de todas, me apeguei muito a todas. Mas tem épocas que eu fico mais empenhado em uma banda especificamente, como agora que o Cérebro vai lançar disco novo, eu estou mais voltado pra isso, mas logo a Zero Um vai lançar disco também, ai meu foco vai ser essa banda.
 
Quais as bandas que influenciam você a buscar vários sons diferentes?
Tatá Aeroplano: Mutantes é uma grande influência minha. Eu me lembro do primeiro show que vi do Patu Fu e um dos integrantes usava um instrumento de percução preso ao corpo e me inspirou muito. Beatles também. Me inspiram bandas que buscam inovar em estúdio, que buscam mostrar sons diferentes.
 
A Jumbo Eletro surgiu na mesma época da banda brasileira Cansei de Ser Sexy. Como que foi ver surgir um publico novo pra esse tipo de som no mercado brasileiro junto com uma banda que hoje tem destaque internacional?
Tatá Aeroplano: Quando o Jumbo começou, o Cansei também estava começando. A gente tocou em todas as casas noturnas de São Paulo, em lugares muito pequenos também. Foi uma época muito boa, tinham várias bandas surgindo ao mesmo tempo, formando uma cena nova na cidade que ninguém esperava. O Cansei foi pro exterior, faz muito sucesso lá e eu fico feliz com isso, eu admiro muito a banda. É bom ter sido parte do processo de formação dessa cena.
 
 
 Em 1966, saíram na capa da TRIP nove artistas nos quais a revista apostava como os novos nomes da musica brasileira. Entre eles estavam Chico Buarque, Caetano Veloso, Toquinho, Nara Leão, Jair Rodrigues, que hoje são compositores renomados da MPB. A TRIP fez uma releitura da capa com as apostas atuais. Como que foi ter saído na capa, visto que os artistas da primeira capa hoje são grandes músicos brasileiros?
Tatá Aeroplano: Fiquei lisonjeado e todo mundo que estava lá é amigo. Existe no Brasil uma cena nova, que tem muitas bandas surgindo e muita banda boa. Com isso existe muita troca entre os artistas, de informação, de idéias, de som e isso é muito positivo pra todos nós e pra manter todo mundo motivado pra continuar produzindo musica.

Fonte: Facomb