Democracia e participação popular

Sociólogo e ex-vereador Sérgio Dias fala sobre sua experiência com a política.

Por Murillo Velasco

Democracia, voto e participação popular são palavras muito presentes em nosso cotidiano, principalmente, em ano de eleições. Para o sociólogo e ex-vereador por Goiânia, Sérgio Dias, o povo brasileiro tem bastante interesse por política. Segundo ele, basta analisarmos a participação em sindicatos, Conselhos Tutelares e outros organismos da sociedade. O interesse era maior no período de redemocratização, especialmente com o Movimento Diretas Já. Nessa época, a população se encheu de esperança e a vontade de mudança revigorava em cada um.

Para Sérgio, a democracia, apesar de suas várias contradições, é o modo mais próximo da perfeição, porque é o único sistema que permite um permanente processo de correção e aprimoramento. “Apesar da experiência democrática no Brasil ter sido interrompida pela Ditadura Militar, ela tem demonstrado bastante rigorosa nos últimos anos,” afirma o sociólogo.

Reforma Política

Sérgio Dias teve como primeira e única experiência partidária o Partido dos Trabalhadores. Apesar de ser petista, ele afirma que o Brasil tem o grande desafio de construir partidos com identidades e propostas claras. O ex-vereador acredita que o atual modelo favorece a criação de partidos de aluguéis que funcionam por conveniência política.

Como solução, ele acredita que deve haver uma urgente reforma política. Dentre os vários pontos a serem discutidos numa possível reforma, ele cita como imprescindível: o financiamento público de campanhas, evitando corrupções financeiras em período eleitoral, e a votação em listas partidárias. “A esperança que eu tenho é que no futuro tenhamos partidos fortes, com idéias claras. Isto é: partido forte, democracia forte,” enfatizou Sérgio.

Conscientização

O educador popular fez uma análise histórica da atuação da Igreja Católica na organização comunitária. Para ele, a Igreja cumpriu um papel muito importante na década de 1970 e 1980 quando promovia muitos seminários e estudos que ajudaram na politização e na formação da sociedade brasileira. Já no início dos anos 90, iniciou-se um processo de distanciamento das questões políticas e a Instituição passou a se voltar apenas para assuntos “espirituais”.

“Fazer política é a arte de cuidar das pessoas, organizar o espaço coletivo à serviço do bem comum” definiu. Para Sérgio Alberto, o desafio da nossa jovem democracia é “democratizar a nossa democracia”, ou seja, melhorar não apenas na representação mas, efetivamente, a participação de todos os cidadãos.

Fonte: Facomb