Os bastidores do jornalismo

Handerson Pancieri fala de sua experiência como jornalista na OJC.

Ana Letícia Santos

Com 20 anos de profissão, Handerson Pancieri já foi assessor de imprensa, já trabalhou na TV Brasil Central como estagiário e na TV Serra Dourada como repórter. Além disso, fez jornal empresarial e participou de mesa redonda de alunos em diversas universidades. Hoje é editor e apresentador da Televisão Anhanguera na Organização Jaime Câmara que é o maior órgão de comunicação do Centro-Oeste. Nessa entrevista, ele fala um pouco da sua experiência na profissão de jornalista.
 
Por que você escolheu fazer jornalismo?
Handerson:
Jornalista por si só é curioso, e a curiosidade foi algo que esteve muito próximo de mim desde pequeno. Desde que eu me entendo por gente, eu gosto muito de ler, a minha família me incentivou muito à leitura. Quando viemos de Belo Horizonte para Goiânia, minha mãe comprava revistas e jornais para a gente conhecer a cidade. E, nesse incentivo à leitura, eu sempre fiquei curioso em saber como as pessoas escreviam as coisas e como elas chegavam até os jornais, revistas e televisão. Eu já entrei no segundo grau querendo fazer jornalismo.
 
Você se sente realizado com a profissão?
Handerson:
A gente vai descobrindo com o tempo que o maior serviço que o jornalista pode prestar para a sociedade é o serviço de divulgação de informação. Essa informação ajuda as pessoas a brigarem pelos seus direitos, a conquistar os seus direitos, ajuda na manutenção da democracia. Acho que, nesse tempo todo de jornalismo, junto com a equipe que eu já trabalhei, nós já conseguimos fazer um pouco desse papel. Podemos fazer mais e melhor, mas dentro desse conceito que eu citei, isso me realiza muito.
 
Quais as perspectivas de crescimento que você ainda vê em sua carreira?
Handerson:
Especificamente na minha carreira, não que eu tenha tanto tempo assim de profissão, mas eu acho que eu conquistei um espaço legal o qual eu não posso reclamar de forma nenhuma. Eu trabalho dentro do maior órgão de comunicação do Centro-Oeste, que é a Jaime Câmara, e dentro da televisão, como editor e apresentador, foi possível já fazer uma série de conquistas que eu nem almejava. Daqui para frente, eu pretendo trabalhar melhor o nosso processo de edição para que o nosso jornal se torne mais eficiente na transmissão da informação.
 
Já existiram situações ou momentos em que você se arrependeu de ter feito jornalismo?
Handerson:
Para ser sincero mesmo, quando está todo mundo de folga no feriado e a gente não, eu acho que já me arrependi. Mas agora, falando sério, às vezes a empresa não quer dar algum assunto ou aprofundar nele, e a gente fica meio grilado. Mas não tenho arrependimento não.
 
Na sua opinião, quais são as principais dificuldades enfrentadas por um jornalista?
Handerson:
Quebrar a barreira da liberdade de imprensa. Na verdade, é a liberdade de empresa, é você mostrar para a empresa que aquilo que você está fazendo é importante e precisa ser divulgado. Essa dificuldade faz com que a gente seja mais profissional ainda, pois assim nenhuma empresa consegue questionar isso. É o maior desafio e, ao mesmo tempo, o maior crescimento.
 
O que você pensa sobre a não exigência do diploma do curso de jornalismo?
Handerson:
Eu fiquei muito irritado com esse processo. Eu dou muito valor à universidade, acho que ela ensina muito a gente e fiz o maior uso dos instrumentos que a Universidade Federal de Goiás nos oferecia. Falar que qualquer um pode escrever sobre um assunto que ele domina tudo bem, mas aonde que entra a ética da profissão e o discernimento social da nossa profissão? Entender o conceito maior do jornalismo dentro da sociedade, isso a gente aprende é na escola.
 
O que você pensa sobre a integração das mídias?
Handerson:
Não tem como fugir! Existem linguagens específicas sim para cada veículo, mas hoje a rapidez com que a Internet aparece na nossa frente, faz com que jornal, rádio e televisão precisem se interagir para que todos eles consigam continuar tendo público. A rádio com o imediatismo, a tv com as imagens, o impresso com o aprofundamento do assunto, têm que se interagir para continuar existindo, além da Internet.
 
Você acha que o jornalismo pode influenciar no processo eleitoral?
Handerson:
Acho que ele ainda não influencia de uma maneira tão forte quanto pode influenciar mais para frente. Com uma população mais formada no aspecto cultural e educacional mesmo, as pessoas vão compreender mais o que a gente passa pelos meios de comunicação do jornalismo, que é a informação. E, essa informação vai ser fundamental no processo de composição dele enquanto eleitor. Hoje, talvez essas informações ainda fiquem um pouco diluídas. Eu acho que o jornalismo, ao influenciar, não seja a ponto de decidir ou mudar o caminho de uma eleição, mas a ponto de mudar o comportamento político.
 
Como jornalista, você se considera com uma grande responsabilidade perante a sociedade?
Handerson:
Totalmente. O jornalista é o  meio de ligação entre a sociedade e a empresa. Chegar na sociedade as melhores informações é o papel nosso de intermediar isso junto ao grupo empresarial. Então, a nossa responsabilidade se torna muito grande porque a gente tem que trabalhar os dois lados. O compromisso com a sociedade é de cada dia, e essa é a minha maior preocupação, porque esse é o maior serviço que a gente presta. Para mim, esse é o nosso maior desafio e a nossa maior responsabilidade.

Fonte: Facomb