Fim da greve

Professores não conseguiram o piso definido por lei

Por Brunno Mendes

Por determinação do Ministério Público de Goiás (MP), professores da rede municipal de ensino de Goiânia voltam às salas de aula depois de 40 dias de paralisação. A ação do MP, que colocou um ponto final na manifestação, foi justificada pela suposta ilegalidade da greve.

O movimento grevista, iniciado em 1 de junho, mobilizou mais de 700 professores da educação básica e foi motivado pelo não cumprimento do piso salarial nacional dos professores que é de R$1.324,00 reais e pelas condições precárias de trabalho oferecidas atualmente pela rede municipal.

Luta
Participante da greve, a professora Giselle Mello está entre os profissionais que retomam suas atividades. Com dez anos dedicados à educação, ela se diz insatisfeita com a negociação.
Segundo ela, a greve não alterou as condições de trabalho, tampouco consolidou a expectativa maior dos professores. Contudo, a professora não se abate:”não será a ultima vez que participo de uma greve, apesar de não ter havido conquistas. É preciso acreditar num futuro melhor.”
Dupla Jornada
A pedagoga é uma das profissionais que se divide entre dois empregos para complementar a renda, estipulada em R$1.024 reais em cada contrato.. A partir das 07h bate o ponto, no CMEI João Vaz, localizado no lado oeste da cidade, as 13h a professora chega ao centro para iniciar seu trabalho no CMEI 8 de Março A jornada para ela é exaustiva. “Talvez eu não precisasse me dividir entre dois empregos se a prefeitura pagasse um salário melhor”,diz.
Uma semana antes de entrar de greve, Giselle presenciou a falta de união dos colegas dentro da própria instituição a desunião da classe seria um dos motivos da atual situação do professor :” Eles já se encontram tão desmotivados que lutar pelos seus direitos,não vai resolver muita coisa. Há um paradoxo nisso, pois os professores querem formar cidadãos críticos e conscientes, porém não criticam a sua própria condição”

Fonte: Facomb