UFG: uma universidade em mudanças

Reitor Edward Madureira fala da expansão da universidade

Por Luciano Queiróz

O Professor Edward Madureira Brasil é reitor da Universidade Federal de Goiás desde 2006 e reeleito em 2009.Graduado em Agronomia na mesma universidade,fez carreira na instituição e hoje dirige a implementação de projetos como o Reuni.Nesta entrevista,ele fala sobre as mudanças pelas quais a universidade está passando,tais como expansão no quadro de servidores e contratos terceirizados.

Vê-se que a UFG se tornou um verdadeiro canteiro de obras.Enfim,esse investimento veio através de quais projetos?

Edward Madureira Brasil – Esse investimento é uma conjugação de pelo menos cinco fontes,sendo a mais expressiva o Reuni,um projeto federal em vigor desde 2007.Uma outra fonte se deve à própria expansão do orçamento da UFG,um dinheiro extra-Reuni,fruto de nossa atuação junto aos parlamentares goianos,que apresentaram emendas ao Orçamento da União.O novo prédio da Biblioteca da Praça Universitária veio em parceria com o Banco do Brasil.Outra parte vem de projetos da própria UFG,entre outras fontes.

Por quê a UFG terceirizou alguns serviços como a limpeza e a segurança?
 
Edward – Aí nós voltamos aos anos de 1980,quando esses cargos deixaram de existir no serviço público.Agora,nós estamos prestes a terceirizar o serviço de motorista,pois também foi extinto.
 
Quem fiscaliza os contratos que a UFG faz com as prestadoras de serviços?
 
Edward – Nós temos vários níveis de fiscalização. O primeiro nível de fiscalização é o próprio CEGEF (Centro de Gestão do Espaço Físico),que tem uma equipe que fiscaliza esses serviços.Os contratos em si são fiscalizados pela auditoria interna e por órgãos externos à instituição,como a Controladoria Geral da União,em primeira instância,e o Tribunal de Contas da União,em segunda instância,além de outros órgãos que eventualmente fiscalizam.
 
A UFG,como universidade,tem de fazer pesquisa científica,e obviamente faz parcerias com empresas que pagam por essas pesquisas.Para onde vai o dinheiro?
 
Edward – Os recursos têm toda a transparência possível.Eles são envolvidos nas próprias pesquisas.O recurso é revertido em benefício do próprio projeto.Já uma certa parte fica retida para fazer face às despesas extras,como energia.
 
 
Com essa fase de expansão,a UFG tem de contratar novos profissionais.Quantas vagas já foram preenchidas?O que se está fazendo para evitar o inchaço do aparelho burocrático da instituição?
 
Edward – Só com as vagas do Reuni,perto de 70% dos profissionais já foram contratados.A burocracia é fundamental,o problema é o seu excesso.Uma grande defasagem que a UFG tem é quanto ao sistema de informática,e a falta de profissionais também é um problema muito grande.
 
 
Há alunos que falam que os Centros de Aulas são prejudiciais,pois desligariam o aluno de sua faculdade,como foi citado no Jornal Samambaia.Isso procede?
 
Edward – Eu acho que há um entendimento equivocado quanto a isso.O Centro de Aulas foi concebido para que haja justamente uma interação entre os alunos dos diversos cursos.Isso é o que se entende como universidade.É inconcebível que as faculdades fiquem fechadas em si mesmas.A intenção dos Centros de Aulas também foi o de aliviar o espaço das faculdades,além da dita integração.
 
 
Um dos temas polêmicos da UFG é a comida servida no Restaurante Universitário.A própria universidade fiscaliza o alimento o alimento servido aos estudantes?
 
Edward – Os contratos que a UFG tem com as servidoras de serviços geralmente são de cinco anos,renovável anualmente.Quando cheguei em 2006,o contrato já havia sido assinado há menos de um ano,apresentando vários defeitos com relação à fiscalização do alimento servido no restaurante.Fizemos uma nova licitação e certamente a qualidade da refeição vai melhorar já pelos próximos dias.O alimento passa a ser feito aqui e as pesquisas de qualidade passam a ser mensais.
 
 
Recentemente,a UFG adotou o sistema de cotas.Qual foi o crescimento na oferta de bolsas para os estudantes que precisam de auxílio?
 
Edward – O crescimento foi substancial.Até porque,a partir de 2007 tem-se o Programa Nacional de Assistência Estudantil.Pela primeira vez,a assistência estudantil passou a ter uma rubrica própria.Isso melhorou consideravelmente.Estamos lutando junto ao MEC para que essa assistência cresça.A intenção é fazer com que o aluno permaneça na universidade.
 
 

Fonte: Facomb