Dança sem fronteiras

Balé do Estado de Goiás foi convidado para participar do 17º Festival Internacional de Dança da Amazônia

Por Marcela Haum

Os bailarinos Leilson Bezerra dos Santos e Jordana Paulista Belém, integrantes do Balé do Estado de Goiás, foram convidados para participar do 17º Festival Internacional de Dança da Amazônia, o FIDA, em Belém do Pará. O encontro está previsto para o período de 26 a 30 de outubro. Duas das coreografias vão se inspirar nas músicas de Astor Piazzolla e Chico Buarque de Holanda. A diretora do Balé do Estado de Goiás, Gisela Vaz, fala sobre os trabalhos do grupo e sobre o festival.

Para começar, qual a importância de participar do festival?
Gisela
: Esse é um festival que há muitos anos estamos querendo participar e nunca houve a oportunidade, porque sempre nós estamos com uma outra apresentação nessa mesma data. E esse festival reúne não só bailarinos do Brasil, mas também do exterior. Então, por causa disso, nós gostaríamos muito de participar.

Qual foi o motivo da escolha de movimentos clássicos e contemporâneos nas coreografias do grupo?
Gisela:
O Balé do Estado de Goiás é uma companhia muito versátil. Então, os bailarinos fazem aula de clássico, todos os dias, e todos adquirem essa técnica clássica. As minhas coreografias, normalmente, são mescladas entre moderno, contemporâneo e neoclássico. É isso faz a marca da companhia.

Quais foram as apresentações mais marcantes até hoje?
Gisela:
As mais marcantes foram a de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, que nós dançamos em frente ao Pantanal. Nós fechamos uma das noites, onde havia bailarinos de Berlim e de Paris. E a outra apresentação que também marcou muito foi quando nós dançamos em Berlim, na época da Copa do Mundo. Para dizer a verdade, nós dançamos no último dia da Copa. E, infelizmente, o Brasil não estava jogando naquele dia. Foi o ano em que nós perdemos. Mas, foi uma das apresentações mais importantes.

Qual o maior objetivo do grupo no encontro?
Gisela:
O objetivo do grupo é fazer contatos com os bailarinos de outros locais, com coreógrafos de outras companhias, de eles estarem vendo o nosso trabalho, e a gente vendo o trabalho de outros bailarinos, outros coreógrafos. Nós temos sempre apresentado em Belo Horizonte, junto com a companhia do Sesiminas, e em São Paulo, junto com a companhia do Balé da Cidade de São Paulo, entre outras. Esse é o maior objetivo.

Qual é a sensação de ser chamado para participar de um dos festivais mais importantes da região norte do país?
Gisela:
Eu me sinto honrada, os bailarinos também estão super felizes de participar desse evento. Principalmente porque vão estar grandes nomes da dança, como a Ana Botafogo e Carlinhos de Jesus. E é sempre importante estarmos juntos com pessoas desse nível.

Quais as suas expectativas para o Festival Internacional da Dança da Amazônia?
Gisela:
Minha expectativa é que a gente consiga mostrar o melhor possível do nosso trabalho. Uma das coreografias nós já dançamos em Belo Horizonte, no festival de dança da Maria Clara, que também fomos convidados. Foi um sucesso a coreografia, porque foi totalmente diferente. A música é lindíssima, a bailarina dança num figurino de minissaia e um top com uma blusa por cima, transparente. O bailarino também dança com uma roupa muito sensual, muito justa no corpo. Então é super bonito, e tomara que a gente consiga mostrar o que há de melhor.

Qual a sua visão do estado de Goiás quando se trata do balé clássico?
Gisela
: De uns tempos para cá, Goiás cresceu muito em balé clássico. Tanto que nós temos vários bailarinos, não só da escola do Estúdio Dançarte, mas também de outras, que já estão dançando no exterior em companhias profissionais. Eu tenho um aluno que agora está dançando como solista do Washington Balé. Temos bailarinos em Berlim, em Londres e em vários outros lugares do mundo. Então é importante levar a nossa dança e mostrar que o Brasil não é fraco em balé clássico.

Como está a formação de novos bailarinos ou companhias de dança no estado?
Gisela
: A preparação para a formação profissional só se tem no Balé do Estado de Goiás e o Quasar. Mas há companhias menores que são semi-profissionais, que estão se destacando. Por exemplo, o Quasar Jovem e mais algumas duas ou três companhias.

O Balé foi convidado para a inauguração do teatro do SESI, marcado para o final de outubro. Como vai ser essa inauguração?
Gisela:
Quem vai comandar essa inauguração vai ser a Orquestra de Câmara de Goiás. Então, provavelmente, nós vamos dançar com a Orquestra. Eu vou ter que sentar com o maestro Eliseu e decidir o que nós vamos dançar, com eles tocando. E nós já vamos criar uma nova coreografia pra essa inauguração.

Como é o cotidiano de um bailarino do Balé?
Gisela:
Os bailarinos têm aula todos os dias, às oito e meia da manhã. Normalmente, aula de clássico. Na sexta-feira sempre é diferente. Ou é contemporâneo, ou de força física, ou jazz, ou afro. Depois da aula, tem um ensaio durante três ou quatro horas.

Fonte: Facomb