População goiana se mostra insatisfeita com a falta de qualidade dos transportes públicos
Desconforto, assédio e atraso no transporte público são motivos de insatisfação da população goiana, já que a demanda pelo serviço cresce enquanto sua qualidade decai
A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), em dados de 2024, afirma que em média mais de 480 mil pessoas utilizam o transporte coletivo por dia em Goiânia e regiões metropolitanas. A metrópole cresce e com ela a demanda pelo transporte público, porém parte da população se declara insatisfeita com os serviços prestados.
De acordo com o site de notícias, Portal 6, em um levantamento de dados de 2023, 500 mil pessoas utilizam o transporte público na região metropolitana de Goiânia diariamente. As queixas vão de estudantes a trabalhadores, que possuem o ônibus como única alternativa para se locomover na movimentada cidade e sofrem com o constante atraso do transporte, que chega a demorar meia hora para passar novamente. Além disso, há o constante desconforto dentro do automóvel público, que transporta muitos passageiros ao mesmo tempo.
O estudante Pedro Ribeiro, que concilia trabalhos e estudo, afirma que se vê extremamente insatisfeito com o transporte público goiano: ´´A gente já precisa lidar com problemas na faculdade e no trabalho, aí soma isso com os problemas no ônibus. Gera um cansaço mental e corporal.´´. O jovem relata que precisa sair de casa com antecedência, porque se perder o transporte o próximo só passa após 20 a 30 minutos. Além disso, Pedro se queixa sobre a lotação dos veículos. ´´Tem vezes que ficam tantas pessoas juntas que chega a ser difícil de respirar, a porta quase não fecha por conta das pessoas amontoadas, em horário de pico é ainda pior.´´.
O transporte público goiano deixa a desejar também para os idosos, que se sentem desrespeitados no veículo. A senhora de 72 anos aposentada, Maria Eterna Ribeiro, conta que muitas vezes o ônibus lota e ela se sente insegura, com medo de assaltos e de se machucar com o tumulto. Segundo a lei federal, o transporte público deve ter ao menos 10% dos assentos voltados para o público preferencial, que são: pessoas com deficiência, transtorno do espectro autista, idosos com 60 anos ou mais, gestantes, lactantes, pessoas com criança de colo, obesos e pessoas com mobilidade reduzida. Maria eterna, que tem direito ao assento preferencial, relata que muitas vezes não tem acesso a algo que lhe é um direito ´´Diversas vezes entro no ônibus e vejo pessoas que não necessitam sentadas no assento preferencial, eles não levantam. É difícil porque tenho problemas no joelho e acaba prejudicando minha saúde, é um desrespeito mesmo que a gente tá sujeito.´´.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPEA, de 2019, 39% dos brasileiros consideram os serviços de transporte coletivo ruim ou muito ruim. Dessa forma, a capital cresce e a demanda pelo transporte público a acompanha, diferente de sua qualidade, que é ainda uma queixa dos goianos.
Letícia Romani.
Source: Aluna de Jornalismo Turma 58, Letícia Romani. Notícia produzida para a disciplina Produção de Texto Jornalístico 1, ministrada pela docente Mariza Fernandes
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